quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Carta perdida no caderno, sem data.

 Essa é uma carta pra alguém. Ou pra ninguém. Alguém que não vai ler, que não quer receber. Que não dá a mínima pra isso, que não quer compromisso. Alguém que roubou um pedaço de mim e se foi. Ou outro alguém que não roubou mas também não ficou. Essa carta é pra você, que causa minhas insônias, que se faz de sonso e que não tem um plano. Ou pra você, que está por aí e nunca vi, caso um dia viermos a nos encontrar.
 Essa é pra você que invade meus pensamentos em tormento e acalma com sua fala mesmo sem graça. Que beija minha boca com gosto, ou o rosto ou seio, ou o corpo todo. Você, que foi embora logo agora e seu cheiro permanece depois do gozo. Pra você que perdi, por ser carente demais e querer sempre mais.
 Para todos os amantes, que o beijo seja com gosto e o sexo com tesão. Que haja gozo, sem reprimir a verdade ou a vontade. Que uma ficada não seja só uma trepada, mas uma troca intensa de calor, energia e fluidos, porquê não? Que seja livre, mas não vulgar, que aqueça e saiba amar. Que possibilite novas relações, conexões e trocas.
Essa é pra você(s).

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