Dessa vez, quem escreve sou eu. E não é a primeira e única. Nem a segunda.
Não vou fazer igual a você. Mandar uma mensagem por celular, dizendo o quanto foi bom, que só foi bom por minha causa, que você vacilou comigo e hoje só vacilei um pouco com você. Não, disso tudo já sei.
O que não sei é por quê aquele beijo teve sabor diferente? Por quê você roubou o carro e veio à minha casa no meio da madrugada, tentando me convencer a dormir com você? Por quê esse esforço todo, se já não tem mais graça? Se é tudo fora de hora, descompassado.
Seu relógio é meio alterado. Quando te quero, você não se importa se existo. Quando viajo, faz do beijo uma surpresa, ou da surpresa um beijo? Quando te esqueço, aparece, meio do nada, meio sem graça.
Nesse tempo todo, eu esperando alguma aprovação. Um "você está bonita", um "você é legal", "você me dá prazer", ou um simples "quero te ver pois senti sua falta". Mas era demais para você, não era? Não saber se ao menos você me acha atraente por que, de todos os caras, era de você quem eu queria ouvir isso.
E nas vezes que você estava ao meu lado, fingindo que eu não era nada para você...
Você já se sentiu um nada pra alguém?
Tô aqui, esperando uma resposta diferente do que a que você vai dar. Tô aqui, sempre estive, nunca saí do lugar. Você que não me viu, ou então me viu e olhou pro lado. Você que não quer encarar os fatos, dá uma de errado e sai de fininho.Você que não percebeu, que tô aqui do seu lado, querendo te fazer feliz ou te alegrar por uns instantes. Querendo fazer parte da sua vida, mesmo que distante.